Uma profunda exploração do tumulto existencial – “A Náusea”, de Jean-Paul Sartre
Minhas experiências ao ler “Náusea”, de Sartre
A leitura de Náusea foi inquietante e profunda. Eu me senti absorvido pelos pensamentos de Antoine Roquentin e suas estranhas experiências. Sua crise existencial era vívida e me deixou inquieto. Cada página parecia ecoar sua confusão sobre a existência. As descrições de Sartre eram intensas e, às vezes, avassaladoras. Eu sempre parava para pensar no que tudo aquilo significava. A sensação de “náusea” era mais do que apenas física; era a percepção do absurdo da vida.
Ao continuar lendo, senti-me fascinado e desorientado. A maneira como Antoine via os objetos e as pessoas mudou a forma como eu via meu próprio ambiente. A ideia de que a vida não tinha um significado definido me impressionou muito. Isso me forçou a questionar minhas próprias crenças. A escrita de Sartre me levou a confrontar verdades incômodas. No final, senti uma mistura de clareza e vazio. Foi instigante e poderoso.
Entre no reino da filosofia existencial com a obra seminal de Jean-Paul Sartre, “A Náusea”. Nesse romance instigante, o escritor francês Sartre nos leva a uma jornada pela mente de Antoine Roquentin, um escritor desencantado que luta contra a inquietante sensação de náusea. Ao mergulharmos no mundo interior de Roquentin, confrontamos as questões fundamentais da existência, do significado e da condição humana. A prosa evocativa e as percepções filosóficas de Sartre fazem de “Náusea” uma leitura atemporal e cativante que nos convida a contemplar as complexidades de nossa própria existência.
Um encontro desorientador com a Náusea
O romance começa na cidade francesa fictícia de Bouville, onde Antoine Roquentin sente uma náusea profunda e inexplicável. Essa sensação inquietante torna-se um tema central ao longo do livro, simbolizando o profundo sentimento de alienação e desconexão de Roquentin com o mundo. Como escritor que pesquisa a vida de uma figura histórica do século XVIII, Roquentin fica cada vez mais desiludido com a falta de sentido de sua própria existência e com a natureza aparentemente absurda da realidade.
Sartre nos guia habilmente pela turbulência psicológica de Roquentin, revelando a vulnerabilidade crua de um homem que luta contra a crise existencial da existência. À medida que as camadas da consciência de Roquentin são removidas, somos confrontados com o abismo da existência humana e a profunda liberdade que possuímos para moldar nossas próprias vidas.

A essência do existencialismo: A Náusea de Jean-Paul Sartre
“A Náusea” é frequentemente considerada uma obra essencial do existencialismo, um movimento filosófico que se concentra na responsabilidade e na liberdade do indivíduo em moldar sua própria vida. Sartre investiga os princípios fundamentais do pensamento existencial por meio das experiências e reflexões de Roquentin.
Certamente o existencialismo enfatiza que a existência precede a essência, o que significa que não há propósito ou significado predeterminado para a vida humana. Cabe a cada indivíduo definir sua própria essência por meio de suas escolhas e ações. Afinal em “Nausea”, Roquentin lida com o peso dessa responsabilidade existencial, destacando a ansiedade e o desespero que podem acompanhar a realização de nossa própria liberdade.
As ansiedades da autenticidade
À medida que Roquentin confronta o vazio da existência, ele também luta com o conceito de autenticidade. A autenticidade, no contexto do existencialismo, é a ideia de viver de acordo com seu verdadeiro eu e seus valores. A busca de Roquentin pela autenticidade o leva a questionar os papéis e as máscaras que as pessoas adotam para se adequar às expectativas da sociedade.
Por meio das reflexões de Roquentin, Sartre desafia os leitores a examinarem suas próprias vidas e a confrontarem as maneiras pelas quais podem estar vivendo de forma inautêntica. Porque o romance serve como um poderoso lembrete de que a verdadeira realização vem do fato de abraçarmos nossa individualidade e enfrentarmos as incertezas da vida de frente.
Um mundo sem significado
Ao longo de “A Náusea”, Sartre pinta um retrato sombrio e sem filtros do mundo. Os objetos comuns perdem seus significados familiares e se tornam absurdos e estranhos, refletindo a profunda sensação de distanciamento de Roquentin da realidade. Assim a novela apresenta uma exploração filosófica do nada existencial, em que os valores e as crenças tradicionais são eliminados. Mas deixando para trás um mundo desprovido de significado inerente.
A descrição de Sartre desse mundo do nada é perturbadora e instigante. Por meio dos olhos de Roquentin, passamos a questionar a validade das estruturas e convenções que governam nossas vidas. Incitando-nos a buscar nossa própria compreensão e propósito em um universo que, de outra forma, seria indiferente.
O Absurdo do Tempo
O tempo, em “A Náusea”, torna-se um tema essencial nas contemplações de Roquentin. Ele se debate com a natureza ilusória do tempo, reconhecendo que o passado e o futuro são meras construções da mente humana. O fluxo perpétuo do tempo acentua o absurdo da existência, pois torna todos os esforços humanos, em última análise, fúteis e inconsequentes.
A exploração do tempo por Sartre aprofunda os temas existenciais do romance, ressaltando a natureza fugaz da vida e a necessidade urgente de encontrar significado e propósito no momento presente.
Em sua busca por significado, Roquentin mergulha na autorreflexão e em atividades intelectuais. Ele busca respostas na história, na literatura e em obras filosóficas, mas não encontra uma solução satisfatória para sua angústia existencial. Sartre retrata o desejo humano de significado como uma luta constante, levando Roquentin a confrontar as limitações do conhecimento humano e a incerteza inerente à vida.
O romance força os leitores a questionar sua própria busca por significado e a confrontar as complexidades da existência sem sucumbir ao desespero. Embora “A Náusea” se aprofunde no vazio existencial, ele também nos incentiva a abraçar a jornada de busca de significado e compreensão diante da incerteza.
A linguagem filosófica de Sartre
Embora “A Náusea” seja profundamente filosófico, Sartre apresenta suas ideias em uma forma narrativa acessível a leitores com diferentes níveis de familiaridade com o pensamento existencial. A linguagem do romance é sugestiva e envolvente, atraindo os leitores para o mundo de Roquentin e sua luta interna.
O estilo de escrita de Sartre combina introspecção com descrições vívidas do mundo ao redor de Roquentin, criando uma experiência sensorial que enriquece a exploração filosófica. Essa combinação perfeita de narrativa e filosofia faz de “Náusea” uma leitura envolvente e gratificante tanto para entusiastas da filosofia quanto para leitores em geral.

Citações de “A Náusea”, de Jean-Paul Sartre
- “Eu estava no parque agora há pouco. As raízes da castanheira estavam afundadas no chão, bem a meus pés. Bastava que eu desejasse uma leve elevação do calcanhar para derrubar tudo, para lançar a árvore para o céu, o céu para o espaço, mas a profundidade das raízes me prendia ao local. Era a vontade de morrer pelas raízes.” – Jean-Paul Sartre, “Náusea”
- “A existência não é algo que se deixa pensar à distância: ela deve invadir você de repente, dominá-lo, pesar em seu coração como uma grande fera imóvel – ou então não há mais nada.” – Jean-Paul Sartre, “Náusea”
- “Não existe amor pela vida sem desespero pela vida.” – Jean-Paul Sartre, “Náusea”
- “Liberdade é o que você faz com o que foi feito a você.” – Jean-Paul Sartre, “Náusea”
- “Eu sou livre: não há absolutamente nenhuma dúvida sobre isso. Se eu não fosse livre, não poderia ficar aqui.” – Jean-Paul Sartre, “Náusea”
Fatos curiosos sobre “Náusea”, de Jean-Paul Sartre
- Situado em Bouville: Sartre baseou a cidade fictícia de Bouville em Le Havre. Mas ele viveu e lecionou lá na década de 1930.
- Influência de Heidegger: Geralmente Sartre foi influenciado pela filosofia de Martin Heidegger. “Náusea” explora temas existenciais semelhantes.
- Amizade com Camus: Sartre e Albert Camus eram amigos íntimos. Os dois escritores foram figuras importantes na literatura existencialista.
- Publicado em 1938: “Náusea” foi publicado em 1938. Porque ele marcou a ascensão de Sartre como uma importante figura filosófica e literária em Paris.
Conclusão: “A Náusea” de Jean-Paul Sartre
Afinal “Náusea”, de Jean-Paul Sartre, é uma jornada profunda e introspectiva às profundezas do tumulto existencial. Por meio das experiências de Antoine Roquentin, o romance explora as complexidades da existência, da liberdade e da busca de significado em um mundo aparentemente indiferente. Mas a prosa evocativa e as percepções filosóficas de Sartre fazem de “Náusea” uma obra atemporal que continua a cativar os leitores e a provocar a contemplação existencial.
Geralmente ao acompanharmos Roquentin em sua jornada de desilusão e autodescoberta, somos confrontados com a condição humana em todas as suas complexidades. “Nausea” nos desafia a abraçar a liberdade e a responsabilidade de definir nossa própria existência e nos incentiva a buscar autenticidade e significado em um mundo que muitas vezes parece desprovido de propósito.
No final, “Nausea” serve como um profundo lembrete de que, em meio às incertezas da vida, a busca pela compreensão e autenticidade pode oferecer um profundo senso de realização e propósito. Assim se você estiver pronto para mergulhar nas profundezas do pensamento existencial e confrontar as complexidades da existência humana, “Náusea”, de Jean-Paul Sartre, é uma leitura essencial e instigante que deixará um impacto duradouro em sua jornada filosófica.
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