Jean-Paul Sartre: O gigante existencialista
Jean-Paul Sartre foi uma figura de destaque no mundo da filosofia existencialista, conhecido pelas suas contribuições intelectuais e pelo seu profundo impacto no pensamento moderno. Nascido a 21 de junho de 1905, em Paris, França, a vita de Sartre é marcada pela sua educação, antecedentes familiares, ligações com outros autores e alguns factos especiais que moldaram a sua vida e legado.

Jean-Paul Sartre – Perfil
- Nome completo e pseudônimos: Jean-Paul Charles Aymard Sartre. Nenhum pseudônimo conhecido.
- Nascimento e morte: Nasceu em 21 de junho de 1905, em Paris, França. Faleceu em 15 de abril de 1980, em Paris, França.
- Nacionalidade: Francesa.
- Pai e mãe: Jean-Baptiste Sartre e Anne-Marie Schweitzer.
- Filhos: Nenhum.
- Movimento literário: Existencialismo e marxismo.
- Estilo de escrita: Filosófico, denso e provocativo. Explorou a liberdade, a existência e a consciência humana.
- Influências: Friedrich Nietzsche, Karl Marx, Martin Heidegger e Sigmund Freud.
- Prêmios e reconhecimentos: Recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1964, mas o recusou.
- Adaptações de suas obras: Entre quatro paredes inspirou inúmeras produções teatrais e filmes. Nausea influenciou a literatura e o cinema existencialistas.
- Controvérsias ou desafios: Rejeitou o Prêmio Nobel. Criticado por suas opiniões políticas e apoio ao marxismo.
- Carreira fora da escrita: Filósofo, dramaturgo, crítico literário e ativista político.
- Ordem de leitura recomendada:
- 1. Náusea: Um romance existencialista fundamental.
- 2. Ser e Nada: Um importante trabalho filosófico sobre o existencialismo.
- 3. Entre quatro paredes: Uma peça que explora as relações humanas e a liberdade.
- 4. Crítica da Razão Dialética: Um exame do marxismo e do existencialismo.
Educação e primeiros anos
O percurso de Sartre começou com uma educação sólida. Destacou-se no meio académico e frequentou a prestigiada École Normale Supérieure em Paris, onde estudou filosofia. Durante o período em que lá esteve, forjou amizades duradouras com outros intelectuais influentes, como Simone de Beauvoir, que mais tarde se tornou sua companheira e uma filósofa proeminente. Este período foi crucial para moldar as suas perspectivas filosóficas e estabelecer ligações que influenciariam as suas obras posteriores.
Nascido no seio de uma família de classe média, a infância de Sartre foi marcada pela morte do pai, quando tinha apenas 15 meses de idade. Criado pela sua mãe, Anne-Marie, Sartre desenvolveu uma ligação estreita com ela, embora a sua educação tenha sido principalmente supervisionada pelo seu avô, Charles Schweitzer. A perda precoce do pai e a influência da mãe e do avô tiveram um papel importante na formação da sua visão do mundo e, mais tarde, das suas ideias existencialistas.
Ligações com outros autores
As buscas intelectuais de Sartre levaram-no a envolver-se com um conjunto diversificado de escritores e pensadores. Uma das suas ligações mais famosas foi com Simone de Beauvoir, com quem partilhou uma relação profunda e pouco convencional. A sua colaboração intelectual e ligação emocional durou décadas, levando-os a explorar em conjunto ideias existencialistas e perspectivas feministas. As ligações de Sartre com outros filósofos existencialistas, incluindo Albert Camus e Maurice Merleau-Ponty, enriqueceram ainda mais o seu desenvolvimento filosófico e ajudaram a consolidar o existencialismo como um movimento filosófico importante.
Um aspeto fascinante da vida de Jean-Paul Sartre foi a sua recusa do Prémio Nobel da Literatura em 1964. Apesar de ser um dos mais célebres autores e filósofos do seu tempo, Sartre recusou o prestigiado prémio, invocando a sua posição de princípio contra as instituições e a sua crença na liberdade individual.
Certamente o legado intelectual de Sartre continua a ter repercussões junto do público de todo o mundo. As suas obras de referência, como “O Ser e o Nada” e “O Existencialismo é um Humanismo”,mas exploraram os temas da liberdade, da responsabilidade e da procura de sentido por parte do indivíduo num mundo aparentemente absurdo.
Em conclusão, a vida de Jean-Paul Sartre foi marcada pela sua educação excecional, pelo seu influente contexto familiar e pelas suas estreitas relações com outros autores, nomeadamente Simone de Beauvoir. Afinal as suas ideias existencialistas e a sua posição de princípio contra o reconhecimento institucional demonstraram o seu empenho na liberdade individual e no pensamento independente. O legado intelectual de Sartre perdura como uma contribuição profunda e duradoura para a filosofia e continua a inspirar pessoas em todo o mundo.
Jean-Paul Sartre: A obra literária e o legado duradouro
A obra literária e o legado de Jean-Paul Sartre deixaram uma marca indelével na literatura e na filosofia modernas. Como escritor prolífico, as suas obras estimulantes abrangeram vários géneros, incluindo romances, peças de teatro, ensaios e tratados filosóficos. A sua exploração mas de temas existencialistas e o seu empenho em retratar a condição humana com uma honestidade inabalável garantiram o seu lugar como um dos intelectuais mais influentes do século XX.
Temas existencialistas e filosofia
No centro da obra literária de Sartre está o existencialismo, um movimento filosófico que enfatiza a liberdade individual, a responsabilidade e o absurdo inerente à existência humana. A sua obra magna, “O Ser e o Nada” (1943), aprofunda a natureza da consciência humana e da auto-consciência. Nesta obra monumental, Sartre introduz o conceito de “má-fé”, explorando a forma como os indivíduos se podem enganar a si próprios, negando a sua liberdade e fugindo à responsabilidade que lhe está associada.
A proeza literária de Sartre estendeu-se a romances que cativaram os leitores com os seus intensos estudos de carácter. Um dos seus romances mais célebres, “A Náusea” (1938), acompanha a vida de Antoine Roquentin, um historiador desiludido que luta contra o desespero existencial. O retrato vívido da angústia existencial e da luta pelo significado ressoou nos leitores e solidificou a reputação de Sartre como um mestre contador de histórias.
O talento de Sartre também prosperou no palco, onde explorou relações humanas complexas e dilemas morais. A sua peça “Sem Saída” (1944) introduziu a célebre frase “O inferno são os outros”, que resume a ideia de que as relações humanas podem ser fontes de angústia e de auto-engano. Porque a exploração da dinâmica interpessoal e as consequências das escolhas humanas impressionaram o público e os entusiastas do teatro em todo o mundo.
Para além dos seus feitos literários, assim Sartre estava profundamente empenhado em questões sociais e políticas. Utilizou a sua plataforma e os seus escritos para criticar a injustiça social, o colonialismo e o abuso de poder. Desempenhou um papel ativo no ativismo político e manifestou o seu apoio a vários movimentos, incluindo as lutas anticoloniais e as campanhas pelos direitos civis.
Legado duradouro: Jean-Paul Sartre, O gigante existencialista
O legado literário e filosófico de Sartre continua a repercutir-se na cultura contemporânea. As suas contribuições para o existencialismo inspiraram gerações de pensadores, escritores e artistas, influenciando vários campos, desde a literatura à psicologia e muito mais. Afinal as suas ideias sobre a liberdade, a escolha e as complexidades da existência humana continuam a ser relevantes para enfrentar os desafios da vida moderna.
A exploração da psique humana por Sartre e a sua busca inabalável da verdade valeram-lhe um lugar entre as figuras literárias mais importantes do século XX. As suas obras literárias desafiam os leitores a confrontarem-se com a sua própria existência e escolhas, encorajando-os a assumirem a responsabilidade de moldar as suas vidas e o mundo que os rodeia. Como resultado, o legado literário de Jean-Paul Sartre continua a enriquecer a nossa compreensão da experiência humana e serve como uma fonte duradoura de inspiração e introspeção.

Obras de Jean-Paul Sartre por ordem cronológica
- A Náusea (La Nausée) – Novela (1938)
- O Ser e o Nada (L’Être et le Néant) – Filosofia (1943)
- Entre quatro paredes (Huis Clos) – Peça de teatro (1944)
- O Existencialismo é um Humanismo – Ensaio (1946)
- A Idade da Razão (L’Âge de raison) – Novela (1945)
- A Privação (Le Sursis) – Novela (1945)
- O ferro na alma (La Mort dans l’âme) – Novela (1949)
- O Sono Perturbado (La Chambre) – Novela (1949)
- As Moscas (Les Mouches) – Peça de teatro (1943)
- Mãos sujas (Les Mains sales) – Jogo (1948)
- O Diabo e o Bom Deus (Le Diable et le Bon Dieu) – Peça de teatro (1951)
- Crítica da razão dialética – Filosofia (1960)
- O Cenário Freud (Scénario Freud) – Argumento (1984, publicado postumamente)
Estilo de escrita de um gigante existencialista
Geralmente Jean-Paul Sartre não era apenas um escritor. Ele era filósofo, dramaturgo e ativista político. Seus textos não tinham apenas o objetivo de entreter, mas de provocar reflexões e inspirar mudanças. O estilo único de Sartre reflete suas crenças existencialistas e seu desejo de fazer com que os leitores questionassem sua própria existência. Vamos analisar as técnicas de redação que tornaram a obra de Sartre tão poderosa e influente.
Temas existenciais: Fazer os leitores se confrontarem consigo mesmos
A obra de Jean-Paul Sartre é construída em torno do existencialismo, uma filosofia que enfoca a liberdade, a escolha e a responsabilidade humanas. Seus personagens geralmente enfrentam profundas lutas internas e precisam confrontar sua própria liberdade e isolamento.
Em Náusea, Sartre explora o tema da angústia existencial. O protagonista, Roquentin, sente-se oprimido pela simples existência das coisas. Suas experiências o forçam a questionar sua própria identidade e propósito. A escrita de Sartre nos faz sentir o desconforto e a confusão de Roquentin.
Sartre não nos dá respostas fáceis. Em vez disso, ele apresenta situações em que os personagens precisam criar seu próprio significado. Muitas vezes, ele descreve seus pensamentos em detalhes meticulosos, fazendo-nos sentir sua ansiedade, confusão e desespero.
Acho que a exploração de temas existenciais por Sartre torna sua escrita tão envolvente. Ele nos força a confrontar verdades incômodas sobre nossa própria liberdade e responsabilidade. Seus personagens parecem reais porque suas lutas refletem as nossas.
Fluxo de Consciência: Entrando no caos da mente
Mas Sartre usa com frequência a técnica do fluxo de consciência para dar aos leitores acesso direto aos pensamentos de seus personagens. Esse estilo permite que ele capture a natureza caótica e descontrolada da mente humana.
Porque em Náusea, Jean-Paul Sartre apresenta os pensamentos de Roquentin de forma fragmentada, quase avassaladora. Vemos sua mente pulando de uma ideia para outra, tentando dar sentido à sua própria existência. Esse estilo nos faz sentir seu desconforto e confusão como se estivéssemos dentro de sua mente.
Seu uso do fluxo de consciência também permite que ele explore conceitos filosóficos de forma natural e coloquial. Em vez de apresentar suas ideias por meio de diálogos ou explicações, ele nos permite vivenciá-las por meio das lutas internas de seus personagens.
Geralmente essa técnica faz com que a escrita de Sartre pareça crua e imediata. Ele não esconde a bagunça do pensamento humano. Em vez disso, ele a abraça, fazendo-nos sentir cada dúvida, medo e realização que seus personagens experimentam.
Para mim, a técnica de fluxo de consciência de Sartre é ao mesmo tempo desafiadora e gratificante. Ela nos força a nos envolver com o texto em um nível mais profundo, questionando não apenas os personagens, mas também a nós mesmos.
Linguagem direta e sem rodeios: Sem espaço para ilusões
AFinal o estilo de escrita de Jean-Paul Sartre é direto e intransigente. Ele usa uma linguagem simples e direta para transmitir ideias complexas. Ele não se esconde atrás de frases poéticas ou descrições elaboradas. Em vez disso, ele reduz sua escrita ao essencial.
Esse estilo direto reflete suas crenças filosóficas. Jean-Paul Sartre rejeitou a ideia de verdades objetivas e insistiu que os indivíduos devem criar seu próprio significado. Sua linguagem reflete essa busca pela autenticidade. Ele não tenta embelezar suas ideias – ele as apresenta como elas são, cruas e sem filtros.
Em sua peça Entre quatro paredes, o diálogo de Sartre é incisivo e direto. Os personagens estão presos em um quarto juntos, forçados a confrontar sua própria culpa e negação. A linguagem parece imediata e real, fazendo com que o público sinta a tensão e o desespero.
Admiro o compromisso de Sartre com a clareza. Ele sabia que suas ideias eram desafiadoras, mas garantiu que seu estilo de escrita fosse acessível. Sua franqueza nos força a enfrentar verdades desconfortáveis, sem o conforto de uma linguagem floreada.
Por que o estilo de escrita de Sartre ainda ressoa
O estilo de escrita de Jean-Paul Sartre é poderoso porque reflete suas crenças filosóficas. Seu uso de temas existenciais, fluxo de consciência e linguagem direta faz com que suas obras pareçam urgentes e reais.
Ele queria que os leitores refletissem profundamente sobre sua própria existência, liberdade e responsabilidade. Assim e suas técnicas de escrita nos forçam a fazer exatamente isso.
Para mim, a obra de Sartre é um lembrete de que a narrativa pode ser uma ferramenta de exploração e autodescoberta. Sua escrita prova que as palavras podem nos desafiar, nos provocar e, por fim, mudar a forma como vemos a nós mesmos e o mundo.
A influência de Jean-Paul Sartre vai muito além da literatura. Suas ideias continuam a inspirar escritores, filósofos e pensadores em todos os lugares. E seu estilo de escrita continua sendo um testemunho do poder da honestidade, da clareza e da coragem.

Citações das obras de Jean-Paul Sartre
- “A existência precede a essência.” Mas Jean-Paul Sartre relaciona a existência à identidade. Ele acredita que as pessoas nascem sem um propósito fixo e criam seu próprio significado por meio de escolhas. Essa citação mostra sua ideia central do existencialismo: que a liberdade e a responsabilidade moldam quem nos tornamos.
- “O homem está condenado a ser livre.” Afinal Jean-Paul Sartre relaciona a liberdade à responsabilidade. Ele argumenta que, por termos livre-arbítrio, devemos assumir total responsabilidade por nossas ações. Essa citação destaca o pesado fardo da escolha e a ansiedade que ela traz.
- “O inferno são as outras pessoas.” Sartre relaciona os relacionamentos ao conflito. Ele acredita que as outras pessoas podem nos prender julgando-nos e definindo-nos. Essa citação, de No Exit, mostra como viver com outras pessoas pode parecer uma prisão.
- “Liberdade é o que você faz com o que foi feito a você.” Porque Sartre relaciona as experiências passadas ao crescimento pessoal. Ele acredita que, mesmo quando a vida é injusta, as pessoas podem escolher como reagir. Essa citação mostra como a liberdade existe mesmo em situações difíceis.
- “As palavras são pistolas carregadas.” Jean-Paul Sartre relaciona a linguagem ao poder. Ele acredita que as palavras podem influenciar, ferir ou inspirar as pessoas. Essa citação destaca como a linguagem pode ser uma arma que molda o mundo.
- “Tudo já foi descoberto, exceto como viver.” Certamente Jean-Paul Sartre relaciona o conhecimento à incerteza. Ele argumenta que, apesar de todo o progresso humano, o significado da vida continua sendo um mistério. Essa citação mostra sua crença de que a verdadeira compreensão vem da experiência pessoal, não apenas do conhecimento.
Curiosidades sobre Jean-Paul Sartre
- Declínio do Prémio Nobel: Em 1964, Jean-Paul Sartre foi galardoado com o Prémio Nobel da Literatura. No entanto, tornou-se a primeira pessoa a recusar voluntariamente o prestigiado prémio. Sartre explicou que não queria ser “institucionalizado” e queria manter a sua liberdade intelectual. Acreditava que aceitar o prémio comprometeria a sua independência como escritor e filósofo.
- Um filósofo por coincidência: Sartre tencionava inicialmente seguir uma carreira de investigação académica no domínio da história. No entanto, enquanto estudava na École Normale Supérieure, conheceu Simone de Beauvoir e vários outros filósofos proeminentes, o que o levou a mudar a sua atenção para a filosofia.
- Café Existencialista: Jean-Paul Sartre e os seus contemporâneos frequentavam frequentemente o Café de Flore em Paris, que ficou conhecido como o “Café Existencialista”. Este café era um ponto de encontro popular para filósofos, escritores e artistas, e servia como um centro de discussões e debates intelectuais.
- Professor influente: Geralmente Sartre trabalhou como professor e ensinou filosofia em várias escolas e universidades. Um de seus alunos mais notáveis foi o filósofo, dramaturgo e romancista argelino-francês Albert Camus, que se tornou uma figura importante na filosofia existencialista.
- Renomado dramaturgo: Para além das suas obras filosóficas e literárias, Jean-Paul Sartre foi também um dramaturgo de sucesso. Escreveu uma série de peças, incluindo “Sem Saída” e “Mãos Sujas”, que foram bem recebidas e contribuíram para a sua fama de escritor versátil.
- Revista existencialista: Em 1945, Sartre co-fundou a revista existencialista “Les Temps Modernes” (Tempos Modernos) juntamente com Simone de Beauvoir e outros intelectuais. A revista tornou-se uma plataforma influente para as ideias existencialistas e promoveu o envolvimento social e político.
A teia literária de Jean-Paul Sartre
Jean-Paul Sartre não foi apenas um filósofo. Ele foi romancista, dramaturgo e crítico literário. Suas palavras moldaram o movimento existencialista e inspiraram gerações de escritores e pensadores. Mas Sartre não surgiu do nada. Ele se inspirou em gigantes da literatura que o antecederam. E seu próprio trabalho deixou marcas profundas naqueles que o seguiram. Vamos explorar os escritores que o influenciaram e os escritores que têm uma dívida com seu gênio.
Influências
Fyodor Dostoevsky: Sartre admirava a profundidade psicológica de Dostoiévski. Os romances de Dostoiévski, como Crime e Castigo e Os Irmãos Karamazov, tratavam de questões de liberdade, moralidade e fé.
Sartre inspirou-se na exploração do conflito interno de Dostoiévski. A luta entre a fé e a dúvida fascinava Jean-Paul Sartre, mesmo que ele acabasse rejeitando a religião. A ênfase de Dostoiévski no realismo psicológico também influenciou a narrativa de Sartre, que se baseava em personagens.
Friedrich Nietzsche: A filosofia de Nietzsche atingiu Jean-Paul Sartre como um raio. Suas ideias sobre a morte de Deus, a liberdade pessoal e a criação de significado individual fascinaram Sartre. O apelo de Nietzsche para abraçar o próprio caminho ecoou fortemente no existencialismo de Sartre. Sartre baseou-se na rejeição de Nietzsche às verdades absolutas. Em vez disso, ele insistiu que os indivíduos devem criar seus próprios valores e propósitos.
Martin Heidegger: O existencialismo de Sartre não existiria sem Heidegger. Seu livro, Ser e Tempo, influenciou profundamente a estrutura filosófica de Sartre. O foco de Heidegger no “Ser” e na natureza da existência deu a Sartre uma base para construir suas próprias ideias. Sartre admirava a análise de Heidegger sobre a liberdade humana e o absurdo da existência. Mas Jean-Paul Sartre levou esses conceitos adiante, desenvolvendo sua própria abordagem da liberdade e da responsabilidade humanas.
Marcel Proust: A exploração da memória e do tempo por Proust fascinou Jean-Paul Sartre. Ele admirava a capacidade de Proust de mergulhar profundamente na consciência humana e extrair significado da experiência pessoal. O uso que Sartre faz do fluxo de consciência em Náusea e seu foco na experiência subjetiva devem muito à influência de Proust. Sartre queria mostrar como a realidade aparece por dentro, não apenas por fora.
Escritores influenciados por ele
Simone de Beauvoir: Assim Simone de Beauvoir foi a companheira, colaboradora e igual intelectual de Sartre por toda a vida. Sua obra-prima, O Segundo Sexo, não existiria sem a influência de Sartre. Mas a inspiração foi mútua. A exploração de Beauvoir sobre gênero, liberdade e identidade acrescentou profundidade às ideias de Sartre.
Albert Camus: Mas Camus e Jean-Paul Sartre foram amigos e depois inimigos. Mas a influência de um no trabalho do outro é inegável. Os romances de Camus, como O Estrangeiro e A Peste, refletem temas existencialistas. Camus lutou contra o absurdo e a busca de significado, assim como Sartre. Entretanto, Camus rejeitou o compromisso político de Sartre com o marxismo.
Samuel Beckett: As peças minimalistas e sombrias de Beckett compartilham muito do existencialismo de Jean-Paul Sartre. Esperando Godot explora a falta de sentido, o absurdo e a luta por um propósito. Beckett admirava a rejeição de Sartre às respostas fáceis. Ele também acreditava que o significado da vida deveria ser criado em vez de descoberto. O humor negro e a linguagem despojada de Beckett ecoam o estilo contundente de Sartre.
Jean Genet: As peças e os romances de Genet exploram temas de identidade, liberdade e opressão social. Jean-Paul Sartre reconheceu o gênio de Genet desde o início e até escreveu um ensaio elogiando-o chamado Saint Genet. A obra de Genet desafia as normas sociais e a autoridade, refletindo o desafio do próprio Sartre contra os sistemas estabelecidos. A influência de Jean-Paul Sartre sobre Genet foi profunda, incentivando-o a abraçar sua própria voz.
Por que a influência de Sartre ainda é importante
Porque Jean-Paul Sartre construiu suas ideias a partir das obras de escritores e pensadores que vieram antes dele. Mas ele levou essas ideias adiante, transformando-as em algo inteiramente seu. O que considero mais poderoso sobre a influência de Sartre é como suas obras continuam a inspirar escritores que questionam o significado, a liberdade e a moralidade. A crença de Sartre na responsabilidade individual ressoa em qualquer pessoa que esteja tentando encontrar seu próprio caminho.
Os escritores de hoje ainda se inspiram nas ideias de Sartre. Seus temas existencialistas aparecem em romances, filmes, peças de teatro e até mesmo na música. Ele provou que a escrita não apenas descreve o mundo, mas o desafia. O legado de Sartre continua forte porque ele ousou enfrentar as perguntas mais difíceis. Ele nos mostrou que a verdadeira liberdade significa criar nosso próprio significado, mesmo quando o mundo parece absurdo. E para os escritores de todo o mundo, essa é uma mensagem que vale a pena lembrar.
Um pensador e escritor revolucionário
Afinal Jean-Paul Sartre nasceu em 21 de junho de 1905, em Paris, na França. Ele cresceu em uma família de classe média. Seu pai morreu quando Sartre era muito jovem, então ele foi criado por sua mãe e seu avô. Ele adorava ler e desde cedo desenvolveu uma paixão pela filosofia.
Certamente Sartre estudou filosofia na École Normale Supérieure em Paris. Tornou-se amigo de Simone de Beauvoir, que se tornou sua companheira e parceira intelectual por toda a vida. Eles compartilhavam ideias, debatiam e apoiavam o trabalho um do outro. Durante a Segunda Guerra Mundial, Jean-Paul Sartre serviu no exército francês e foi capturado pelos alemães. Ele passou nove meses como prisioneiro de guerra antes de ser libertado. Essa experiência influenciou suas ideias sobre liberdade e responsabilidade.
Após a guerra, Jean-Paul Sartre ficou famoso por sua filosofia chamada existencialismo. Ele acreditava que as pessoas deveriam criar seu próprio significado em um mundo sem propósito inerente. Suas obras famosas incluem Náusea, O Ser e o Nada e a peça Entre quatro paredes. Jean-Paul Sartre também era politicamente ativo. Ele criticou o capitalismo, o colonialismo e a opressão. Em 1964, foi agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura, mas o recusou, dizendo que os escritores não deveriam aceitar honrarias oficiais.
Geralmente Jean-Paul Sartre morreu em 15 de abril de 1980, mas suas ideias continuam a inspirar leitores e pensadores em todo o mundo. Considero sua dedicação à liberdade e à autenticidade verdadeiramente poderosa. A vida e a obra de Sartre nos desafiam a assumir o controle de nossos próprios destinos.
Recensões das obras de Jean-Paul Sartre
O existencialismo é um humanismo
O existencialismo é um humanismo, de Jean-Paul Sartre – Nas profundezas da existência humana O…
Na paisagem filosófica de O ser e o nada de Jean-Paul Sartre – A complexidade…
Os dados estão lançados, de Jean-Paul Sartre: Um mergulho filosófico no desespero existencial e na…
Uma resenha de Entre quatro paredes, de Jean-Paul Sartre – As profundezas da psique humana…
A Náusea, de Jean-Paul Sartre – Uma profunda exploração do tumulto existencial Minhas experiências ao…
A liberdade existencial: De As Moscas de Jean-Paul Sartre Minhas conclusões da leitura de As…